sábado, 7 de novembro de 2009

À uma Amiga Distante I




Num tempo longínquo
Onde tudo era ao contrário
E a minha volta tudo parecia oblíquo

Perdida em mim, díspar do que hoje é
Olhava-te ao longe
Com seu entusiamo de mulher

Conversas altas e interessantes
Olhos curiosos, atentos
Mantinham-se fixos, entretanto distantes

Medo, vergonha, inibição
Não sei bem como definir o porquê de eu estar tão encabulada
Preferia não me enturmar e admirá-la ao longe, a me sentir mais envergonhada

Queria mesmo entender
O "Allez Mademoiselle" da professora
Que me fazia sempre perguntar: "Qu'est-ce que c'est"?

Meus pensamentos estavam a mil
Tinha tanto com que me preocupar
Então lhe direcionava apenas um sorriso sutil

Foram dias, semanas, meses
Algo me fazia querer ouvir o que você tinha à dizer
Porém isso eu jamais deixava transparecer

Não sei ao certo porque
Queria chegar mais perto
Mas algo me mantinha longe de você

Foram seis meses em que apenas mirava-te ao longe
As vezes trocava uma ou duas palavras contigo
Parecia um bichinho com medo de ser atingido

Acabou-se o semestre e você se foi
Achei que voltaria
Mas quando eu voltei, só pude encontrar ali a falta que você fazia

Mais três semestres se passaram
E ali você não voltou
Somente o arrependimento de não ter sua amizade foi o que ficou

Perdi até hoje não sei porque
A chance incrível
De conhecer você...

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