quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Promessa

Prometeu-me felicidade
Sorrisos largos, altissonantes
Feição serena, alegre, tranquilamente leve

Jurou-me entusiasmo
Sentir-se viva
Viver intensamente, somente vivendo

Disse-me cantar, ouvir o canto
Deixar-se levar pela dança, dançar
Manter de lado a dor, amar

Por que? Acreditei na falsa promessa de um fingido contentamento
Talvez até mesmo você tenha acreditado
Na ilusão de uma futura felicidade

O futuro é já presente
Mas não cumpristes o que me prometera
Em que suplicante acreditei

De certa forma diria-me que jamais me enganou
Pois a felicidade prometida não era minha
Mas para ti, só pra ti

Aí quem engana-se é mesmo você
Como poderia eu, ousar experimentar o menor contentamento?
Sem ter a plena certeza de sua completa felicidade?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Banho Frio

Manhã quente, tarde ensolarada ou noite de luar
Aqui na Bahia
Banho frio é o que há

Começa-se com um pequeno arrepio
A água escorre pelo corpo
E você chega até mesmo a sentir frio

Mas o calor iminente
Faz com que você o prefira
Muito mais que o banho quente

Porém a sensação que nos dá
É a de frieza
Ao nos tocar

Entretanto, banho frio
É apenas um detalhe a se observar
Porque mais quente mais quente e caloroso que o povo baiano
Não existe, só se ainda hão de inventar!

Calmo Mar


Tranquilamente sinto o sol penetrar-me a pele mansamente
O cheiro do mar me inebria
Somente

A água morna invade até minh'alma
Levando consigo essa agonia
Deixando-me serena e calma

Oh mar! Misterioso e brando
Capaz de deixar-me num frenesi total
Venha e tome de mim todo esse espanto

Revolte-se e salve-me agora
Arranque do meu mais profundo ser
Esse medo de ir embora

domingo, 17 de janeiro de 2010

Uma Picada de Formiga

Como dói a dor de amor
É cortante, aguda
Perfurante em seu torpor

Arrepia o corpo de repente
Trazendo um certo incômodo
Que até bagunça a mente

É insuportável no inicio
Fazendo-nos sentir
Detalhadamente esse suplício

Passado mais um tempo
Sentimos de quando em vez
Como um pequeno tormento

A longo prazo fica ali uma marquinha
Que nos faz relembrar
Sempre aquela que agora é apenas uma pequena dorzinha

Dor de amor é mesmo tão dolorida
Que se parece até mesmo
Com uma picada de formiga!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Passeio Sereno


Olho ao redor, tudo em volta é convidativo
Árvores saudavelmente verdes
Casas de barro
Estrada vazia
Um ar tão morno  epuro que cega a me arder as narinas

Esse ritmo diferente
Torna tudo isso quase perfeito
Tudo se encaixa milimetricamente
Fazendo deste, um daqueles momentos eternos

Saindo daqui, cada centímetro, metro, quilômetro
A que percorremos a meia velocidade
Respiro inspiração, sorvendo todas as sensações possíveis
E de repente no meu peito brotado mais profundo, uma alegria que chega a ser estonteante

Penso no que há de mais distante
Assim, um meio sorriso surge em meu rosto
Lembro que tenho pra onde voltar
Fecho os olhos e chego a vislumbrar minha futura alegria

Esta que sentirei ao retornar
Somente esta será maior que a que sinto agora
Pois nada disso faria o menor sentido
Sem ter pra onde voltar e pra quem contar