quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Olhar Distante

Em meus olhos reside a amarga essência de ansiar pelo que não tenho.
Não bastando o apenas, o só... Sempre esperando pelo todo, o incabível , o ininteligível.
Olhos perdidos na distância de alcançar o que a tão longe existe, mas inalcansável se faz...
Distância tal que esses olhos se veem sozinhos na insistente procura de quem os trará de volta. Vagando lentamente sem saber onde encontrar e por vezes em dúvida do que realmente procuram...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Menina do Mundo Cor-de-Rosa

Sinto saudade de como eu era, de como via as coisas de um modo tão singelo, daquele mundo cor-de-rosa todo pintado por mim, de ser feliz sozinha, de "ter em mim, todos os sonhos do mundo", de retribuir sempre de forma verdadeira e instantânea a qualquer sorriso que me fosse oferecido, de contentar-me apenas com a presença sem a necessidade de falar, de dar toda a importância que eu podia a tudo que eu tinha ou fazia, de ser pequena, protegida, embalada...
O vento no cabelo, um pirulito em formato de coração, um leve abraço, um pequeno livro, um olhar de interesse, tudo isso me fazia imensamente feliz em sua simplicidade, me tirava da realidade para levar-me de volta ao mundo por mim pintado.
Mas... Cresci... Passei a ser tão mais realista, a ponderar mais as palavras, a comer menos doce, a escrever menos, a ler livros mais complexos, a não dar mais tanto valor as coisas simples.
 Entretanto, ser pequena, frágil, me fazia tão feliz...
Quero crescer mais então, já que não posso voltar ao passado, por mais feliz ou gratificante que tenha sido, então crescerei ainda mais, não para tornar-me ainda mais responsável ou para me preocupar ainda mais com as coisas "importantes", mas para que eu possa ter de novo a simplicidade de alguém que sonha, que tem algo a alcançar...
Quero crescer, quero que meu coração cresça, quero vê-lo se expandir para que de dentro de si possa brotar sonhos lindos e novos... Ah! Quão lindos e novos serão tais sonhos, reacenderão aquele esperança presente em meus outrora inocentes olhos infantis. A cada dia contemplo meu reflexo refletido no espelho, uma feição por vezes cansada, um olhar um tanto perdido e ponho-me a relembrar meus dias passados, meus erros, minhas conquistas, lágrimas e sorrisos... Assim olhando-me tão profundamente vejo que essa simplicidade que em mim podia ver-se tão nitidamente está apenas apagada, não dissipada e a cada momento vivido, a cada novo anseio, sinto brilhar e resplandecer a menina do mundo cor-de-rosa que sempre esteve e eternamente permanecerá dentro de mim...

terça-feira, 4 de maio de 2010

O sonho de Escrever

Quando escrevo
Saio de mim
Vôo ao longe
Me perco em ti

Suspiro, choro, sorrio
Sem ao menos me mover
Preencho algo vazio
Que pensei não ser possível preencher

Sonho de olhos abertos
A realidade que inventei
Em meus devaneios incertos
Encontro o que procurei

Uma leveza de mim transborda
Permitindo-me flutuar
Saindo por aquelas portas
Que me impedem de voar

Amo cada palavra que existe
Elas me permitem transbordar
Deixar esta perspectiva tão triste
Que a realidade insiste em querer rememorar...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Diálogo Noturno

* Liberdade tem mais a ver com o que há dentro de nós, do que com as paredes ao nosso redor...

** Liberdade tem a ver com maturidade e confiança...

* Maturidade, confiança... Tem muito a ver, já me achei tão madura, mas sempre há o que aprender...

**A confiança é a parede e dela vem a maturidade que vai habitar dentro de nós...

*Paredes nos prendem e nos levam a amadurecer através do que já há dentro e nós e que se estivéssemos soltos não enxergaríamos jamais...

** Quando as paredes proporcionam confiança necessária para enxergar a maturidade latente dentro de nós, elas se tornam desnecessárias...

* Mas até a alcançar plenamente, ficamos limitados as nossas paredes, buscando enfim a maturidadeque nos libertará...

Despedida

Marcaram de se encontrar para aquela que não imaginavam ser a última conversa que teriam, naquela típica biblioteca de bairro, entre as mesmas estantes em que costumavam se encontrar vez ou outra, por considerarem aquelas as estantes com os melhores livros que haviam ali. Chegaram juntos a entrada, como se houvessem combinado ali, trocaram um rápido olhar e um inevitável sorriso, entrararam, puseram o nome na lista que ficava na recepção, um abaixo do outro, também não sabendo que de todas as outras vezes que voltariam ali, talvez nunca mais seus nomes estivessem postos assim tão perto... Cada um entrou por um lado e juntos chegaram entre as duas estantes, pararam frente a frente, olharam-se fixa e lentamente como se quisessem guardar cada detalhe do contorno do rosto, dos olhos que brilhavam a presença do outro, da roupa que usavam, de como estava o cabelo... Como se de alguma maneira soubessem que aquela seria a última vez... Após longos minutos parados um diante do outro, chegaram-se mais perto e se perderam num longo e aconchegante abraço, sentindo os corações acelerados que batiam agora num ritmo compassado, sentindo o leve e doce perfume que exalava dos cabelos e da pele macia, ficaram assim durante segundos, talvez minutos ou mesmo horas, perdiam a noção de tempo quando estavam juntos. Com certa relutância soltaram-se levemente tocando os braços, as mãos e finalmente os dedos que se encontraram e não quiseram soltar-se uns dos outros como para manter o calor daquela pele sobre a sua...
O silêncio que não parecia incomodar durou ainda alguns instantes, até que um quase sussuro de "estava com saudade", se pôde ouvir... Sentaram-se ali mesmo no chão, sem soltar os dedos e com um olhar que insistia em permanecer fixo, porém perdido e triste.
Com o mesmo tom de sussuro iniciou-se aquela conversa, que não era como tantas outras que tiveram, falando alto, sorrindo ruidosamente, dizendo palavras de amor. Essa não, inconscientemente ali havia um tom de despedida.

- Quero que sejas muito feliz...
 Sei que será. És tão especial, tem uma incrível vontade de viver, não desiste nunca do que realmente quer, sempre se apaixona, sempre há quem se apaixone por você, sonha, imagina, pensa em todas as possibilidades, sem deixar de prestar atenção à realidade. Desejo pra ti o dobro do que seria capaz de desejar até mesmo pra mim e talvez esse seja um dos desejos mais ardentes que já tive: Que você seja feliz...

Um breve silêncio preencheu os instantes seguintes e com a voz um tanto embargada...

- Precisas mesmo ir? Talvez não tenha que ser assim...
...
Não sei se conseguirei continuar sem você, preciso de você... Sinto a sua falta...

Naquele momento algumas pessoas passaram por ali conversando e procurando alguns livros, entretanto a presença delas não pôde ser percebida, pois era como se estivesse num universo paralelo àquele, um universo só deles e que ninguém mais entenderia.

- Sim não por vontade própria, mas tenho que ir. Não pensei que tivesse, mas tem que ser assim...
Mas não se preocupe, as vezes parece que te conheço até mais que você, sei o quanto você é forte e vai conseguir sempre, talvez até mais rápido do que imagina...
Não sinta a minha falta, quando alguém que amamos não está perto, não significa que não está conosco, significa que está guardado em nosso coração. Mas não se preocupe, não irei te abandonar  e muito menos esquecer, quando precisar, se precisar, estarei sempre com você. E mais... Espero que não precise, pois assim sei que estará feliz.

Os dedos se desentrelaçaram lentamente com o intuito de secar aquelas lágrimas que insistiam em correr livres pela linda face a sua frente...

- Estou com medo... E se me esqueceres?

Chegaram-se mais perto e abraçaram-se...

- Tudo bem, todos sentem medo, mas não permita que isso impeça-te de continuar e quanto a te esquecer, isso jamais acontecerá, algumas pessoas se tornam parte da nossa história e é difícil esquecê-las, outras, como você, são a nossa história e por isso nunca serão deixadas no esquecimento.

Apertaram-se ainda mais, na tentativa de aquele momento se eternizar...

- Eu te amo.

Os olhos encontraram-se novamente e fizeram ver quanta verdade havia naquelas palavras.

- Quero pedir uma última coisa antes de ir...
- Prometes-me que serás feliz?

Levantaram-se com as mãos dadas...

- Prometo que serei feliz. Por você, prometo que serei feliz. E quanto a você?
.
.
.
- Quanto a mim, prometo que serei um ótimo profissional.

Olharam-se pela última vez, soltaram com relutância as mãos e cada um por um lado, se foram...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Silenciosamente

Quantas palavras gostaria de dizer, quantas coisas gostaria de fazer, há aquelas sensações que não queria ter e sentimentos que me fazem temer.
Esse silêncio que grita dentro de mim, dilacera as entranhas do meu ser, transformando-me, fazendo-me diferente. Ah! Estou mudando de forma tão brusca que chega a doer, um novo eu implora silenciosamente para sair, mas igualmente mudo, esse que aqui  está, reluta em se deixar rasgar, em se permitir partir.
Você precisa ir, teimo em dizer incessantemente... Vá e leve consigo o que já não me faz bem e o que agora me faz tão mal, precisa me deixar, eu quero me soltar.
Há quanto não sinto a liberdade do vento no cabelo? Aquele que toca a face tão suave e delicadamente que mais parece uma doce carícia de mãe. Há quanto não dou uma gargalhada barulhenta por algo banal ou choro com um filme triste?
Vai! Silenciosamente... Deixe-me ressurgir... Reviver não!!! Apenas viver, não novamente, mas unicamente.
Sinto que gritar já não adianta, por isso deixo o silêncio falar por mim...

A Pedrinha

Não chore pequena... Não deixe essas lágrimas tão amargas esconderem seus lindos olhos e encobrirem seu singelo sorriso.
Não permita que seu brilho se apague e essa tristeza te afogue, vai passar pequena, acredite em mim...
Eu já menti pra você?
Eu sei, eu sei, está machucando, mas você pode aguentar, se não puder me dê a sua mão e eu ajudo-te a continuar. Agora venha e sente aqui ao meu lado, que vou lhe contar uma história:

Duas amiguinhas conversavam na frente de uma pequena casinha, uma delas chorava por ter magoado um de seus melhores amigos, a outra coitada, em vão tentava consolá-la , quando de repente, o amigo que fora magoado apareceu diante das duas e levou a que chorava para um passeio, andaram durante um tempo e pararam diante de um longo e calmo lago, então o garotinho sentou-se, convidando a amiga a fazer o mesmo e ele disse:
- Vê este lago a nossa frente? Calmo e tranquilo...
A menina fitou o lago sem entender. Ele então, pegou uma pequena pedra e a atirou no lago, a pedrinha quicou por três vezes agitando a água, depois afundou lentamente, deixando-o voltar a sua tranquilidade habitual.
A menina olhou-o sem ainda entender. O menininho então explicou:
- As vezes somos magoados por alguém ou por algo que nos acontce e ficamos "agitados", com raiva, tristes, mas é só esperar durante um tempo, as vezes pouco, outras vezes mais, mas esperar, que vai passar, porém nos tornaremos diferentes após isso, mesmo que pareçamos os mesmos, teremos mudado com essa nova experiência. Na maioria das vezes ou mesmo nunca, conseguimos evitar que isso aconteça.
Assim foi com o lago, a pedra caiu sobre ele e o agitou. Mesmo que depois ele pareça igualzinho, a pedrinha continua lá e mesmo que bem no fundo, algo dentro dele se modificou.
Depois, singelamente ele a abraçou e perdoou a amiga, que a essa altura sorria por ter de volta seu amiguinho.

Sabe pequena, essa dorzinha que você está sentindo tão aguda a lhe incomodar, é a pedrinha ainda quicando, mas vai passar e ela vai afundar aí e modificará algo dentro de você assim como fez com o lago, para que quando passar, você saiba lidar cada vez melhor com as outras pedras que inevitavelmente, um dia ainda cairão aí...

terça-feira, 2 de março de 2010

Existem alguns alguéns que são indispensáveis...

Indispensável quer dizer que não é dispensável, ou seja nunca poderá ser dispensável, não importam as mudanças,o futuro, um dia sentiu-se que algo era indispensável e isso o tornou eternamente necessário, por tudo que fez sentir não é possivel um dia ser passível de ser descartado ou algo assim...
Independente de qualquer coisa, algo ou alguém indispensável o é naturalmente, não se pode forçar ser ou fingir que é, nem mesmo querer que seja ou mesmo que não seja, simplesmente é.
Sentir-se não tão mais importante, talvez até mesmo substituível, dói de uma forma estranha, parece até egoísmo, querer ser essencial, mas não é exatamente isso, é simplemente temer ser esquecido, deixado, abandonado...
E descartar? Mesmo que sem querer, fazer alguém sentir que já não pode mais ajudar ou ser útil, que você já pode ser feliz sozinho, tal qual um pássaro que no início necessita totalmente de alguém, mas quando aprende a voar... se vai, ser feliz só ou com outros passáros. E quem esteve sempre ali, como se sentirá esse alguém? Saberá contentar-se em um dia ter ajudado, ou sofrerá não ter podido ir junto? Desejará eternamente ter de volta aquela companhia ou apenas contentar-se-a em saber que sua ajuda foi essencial?
Chegará o momento em que dirá: "Sabe aquele momento em que você sente que não  é mais necessário na vida de alguém e mesmo assim fica feliz por ter ajudado de algum jeito?", ou não dirá nada, por medo de realmente não ser mais necessário?
É, tanto descartar como ser descartado dói, machuca muitas vezes de forma sutil, mas não menos cortante... Porém os indispensáveis jamais se vão, por mais que queiram ir ou que sejam mandados embora, nunca vão, não por insitência ou imprudência, mas terei que repetir que indispensáveis fogem a nossa vontade? Não dependem deles ou de nós, só são...
As vezes tem-se a impressão que o indispensável é mutável, dependendo dos valores ou sentimentos que se tem, o que não é verdade, é algo como a essência, está ali e embora muitos acreditem na sua mutabilidade, ela é sempre a mesma...
Felizes os que são e tem consigo indispensáveis, são poucos, as vezes nem todos considerados merecedores de tal dádiva, entretanto não tem-se o poder de escolher, simplesmente veem-se presenteados. Por isso volto a dizer, indispensáveis jamais serão dispensáveis e digo-vos mais, cuidem sempre muito bem deles, eles nunca se vão, mas precisam sentir-se sempre insubistituíveis, para que não sintam-se desnecessários e quanto não sofreríamos nós, sem a doce e primordial companhia desses tão essenciais amigos?
Por isso da forma mais simples possível, defendo esses seres tão singelos que são os indispensáveis, para que vocês não cometam o erro de perdê-los ou magoá-los e pra que prestem mais atenção neles ou mesmo pra saber se você mesmo não é um... Cuide, ame, importe-se, ligue de vez em quando, escreva uma carta, diga uma palavra de afeição, mostre para todos aqueles que você sabe que são indispensáveis, mas que você nunca soube dar o devido valor, o quanto eles realmente representam em sua vida, pois para o resto do mundo pode ser que esse alguém não represente nada mas pra você... ah... como entender os indispensáveis? São por isso também indescritíveis, inexplicavelmente insubistituíveis!!!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

À uma Amiga tão mais Próxima...

 Dedico toda minha amizade
Devoto todo meu carinho
Ensino minhas verdades
Falo dos meus caminhos

Sinto como se pudesse ser eu mesma sem mistérios
Ouso descobrir seus segredos
Insisto em lhe mostrar minha alma
E poder desvendar os seus anseios

Como se tivessemos vivido uma eternidade
Estamos interligadas de alguma maneira
Mas eu confesso com um sorriso sem graça
Queria ter te conhecido por minha vida inteira


Entretanto, a pouquíssimo sabemos verdadeiramente quem somos
Mas, pergunto com um leve aperto no peito
É o pouco tempo quem falará por nós
Ou essa sintonia que nos une de um modo tão perfeito?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Por um Fio

Existem dias que você se levanta e sai tentando agarrar seus sonhos pela barra que quase sempre lhe escapam das mãos no último instante, deixando apenas um fio ao qual você se agarra fortemente pra que não lhe escape também...
E através deste fio, você os vai puxando lentamente, desfazendo sua barra e os refazendo a medida que voltam as suas mãos. Porém há dias em que parece que seus sonhos, ah... e quantos sonhos, voam pra mais longe e você fica apenas com uma fina linha que prende-se entre seus dedos pra não fugir e você se entristece ao vê-los tão distantes, entretanto teima em segurá-los veementemente... Há também manhãs que você acorda com uma alegria incomum, como se não houvesse motivo com que se preocupar, tem em mãos tantos fios que lhe permitem tear cada desejo que antes teimava em partir...
Assim, tão inesperadamente, você vê suas mãos repletas de uma linha frágil, mas ao mesmo tempo tenaz e de beleza inexprimível, prontas a formarem o que você almejar... Esses são por vezes momentos tão raros, que muitos não sabem aproveitar, tanto anelam por eles e quando os tem, não sabem nem ao menos o que fazer...
Sonhar é maravilhoso, encantador, até mesmo inebriante, porém muito melhor é a viver, é o final do trabalho que você teve de coser todos os seus devaneios e finalmente saborear o fim de mais um sonho concluído, que após ser trabalhado com muita força de vontade, coragem, lágrimas e perseverança, tornam-se a mais pura e singela realidade...


"É... Dizem que é bom sonhar porque é de graça, mas há sonhos que de tão perfeitos acabam se tornando um pesadelo, pelo simples fato de não podermos realizá-los...  De forma alguma."

A graça da Amizade

Alguém sincera e engraçada
De bem com a vida
Está sempre bem humorada

Bonita, estudiosa e sonhadora
Canta muito bem e ainda toca violão
Você é mesmo encantadora

Onde passa contagia
Com seu brilho
E alegria

É alguém especial e amiga de verdade
Pois está sempre ali quando você precisa
Márcia, que bom ter a sua amizade!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Promessa

Prometeu-me felicidade
Sorrisos largos, altissonantes
Feição serena, alegre, tranquilamente leve

Jurou-me entusiasmo
Sentir-se viva
Viver intensamente, somente vivendo

Disse-me cantar, ouvir o canto
Deixar-se levar pela dança, dançar
Manter de lado a dor, amar

Por que? Acreditei na falsa promessa de um fingido contentamento
Talvez até mesmo você tenha acreditado
Na ilusão de uma futura felicidade

O futuro é já presente
Mas não cumpristes o que me prometera
Em que suplicante acreditei

De certa forma diria-me que jamais me enganou
Pois a felicidade prometida não era minha
Mas para ti, só pra ti

Aí quem engana-se é mesmo você
Como poderia eu, ousar experimentar o menor contentamento?
Sem ter a plena certeza de sua completa felicidade?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Banho Frio

Manhã quente, tarde ensolarada ou noite de luar
Aqui na Bahia
Banho frio é o que há

Começa-se com um pequeno arrepio
A água escorre pelo corpo
E você chega até mesmo a sentir frio

Mas o calor iminente
Faz com que você o prefira
Muito mais que o banho quente

Porém a sensação que nos dá
É a de frieza
Ao nos tocar

Entretanto, banho frio
É apenas um detalhe a se observar
Porque mais quente mais quente e caloroso que o povo baiano
Não existe, só se ainda hão de inventar!

Calmo Mar


Tranquilamente sinto o sol penetrar-me a pele mansamente
O cheiro do mar me inebria
Somente

A água morna invade até minh'alma
Levando consigo essa agonia
Deixando-me serena e calma

Oh mar! Misterioso e brando
Capaz de deixar-me num frenesi total
Venha e tome de mim todo esse espanto

Revolte-se e salve-me agora
Arranque do meu mais profundo ser
Esse medo de ir embora

domingo, 17 de janeiro de 2010

Uma Picada de Formiga

Como dói a dor de amor
É cortante, aguda
Perfurante em seu torpor

Arrepia o corpo de repente
Trazendo um certo incômodo
Que até bagunça a mente

É insuportável no inicio
Fazendo-nos sentir
Detalhadamente esse suplício

Passado mais um tempo
Sentimos de quando em vez
Como um pequeno tormento

A longo prazo fica ali uma marquinha
Que nos faz relembrar
Sempre aquela que agora é apenas uma pequena dorzinha

Dor de amor é mesmo tão dolorida
Que se parece até mesmo
Com uma picada de formiga!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Passeio Sereno


Olho ao redor, tudo em volta é convidativo
Árvores saudavelmente verdes
Casas de barro
Estrada vazia
Um ar tão morno  epuro que cega a me arder as narinas

Esse ritmo diferente
Torna tudo isso quase perfeito
Tudo se encaixa milimetricamente
Fazendo deste, um daqueles momentos eternos

Saindo daqui, cada centímetro, metro, quilômetro
A que percorremos a meia velocidade
Respiro inspiração, sorvendo todas as sensações possíveis
E de repente no meu peito brotado mais profundo, uma alegria que chega a ser estonteante

Penso no que há de mais distante
Assim, um meio sorriso surge em meu rosto
Lembro que tenho pra onde voltar
Fecho os olhos e chego a vislumbrar minha futura alegria

Esta que sentirei ao retornar
Somente esta será maior que a que sinto agora
Pois nada disso faria o menor sentido
Sem ter pra onde voltar e pra quem contar