quarta-feira, 30 de setembro de 2009

As entrelinhas dizem mais...

A leitura é uma ação considerada produtiva e enriquecedora por muitas pessoas. De fato, pode-se realmente afirmar isso, porém o que se entende por leitura?
É simplesmente abrir um livro, revista, jornal e passar os olhos pelas palavras, ou mesmo lê-las em voz alta? Ou ainda ver um resumo ou notícia na internet?
Não, leitura é muito mais que isso, é pesquisar sobre o assunto lido, é se aprofundar, é ter um olhar crítico, é interagir com a história, sentir o que ali está sendo descrito com tanta riqueza de detalhes, é aprender com experiências que nem sempre são verídicas, mas que têm muito a ensinar, trazer aquele conteúdo para sua vida pessoal e social, de maneira que se possa crescer com isso, é realmente interpretar o que está sendo lido.
Porém, não há entre nós, essa visão, essa vontade, essa sensibilidade em relação a leitura. Podemos ser considerados passivos, como robôs programados para uma determinada função, lendo superficialmente, sem entender o que há nas entrelinhas...
Sendo assim, deve-se experimentar essa real leitura, onde você se entrega ao prazer das palavras e descobre que um livro pode ser a solução ou mesmo a amenização de uma dor, a calma em uma situação difícil ou até mesmo a resolução de um problema.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Um Amontoado de Iniquidades...

Sinto raiva... Não uma apenas... Mas duas...
É! É isso que eu sinto... Duas raivas...
Ou deveria dizer: São isso que eu sinto?!?!?
Afinal, são duas raivas...
Enfim, não importa. Singular ou plural, o fato é que continuo com duas raivas... Aqui, me corroendo, doendo, machucando...


1.(Um): Raiva de você... Raiva do que você fez e até do que você não fez ou deixou de fazer.

Por que você fez isso? Todos podiam fazer isso ou aquilo, mas não você... Tão diferente, imparcial. Não esperava, vindo de você, nada nem mesmo parecido...
Olhou-me com olhos fulminantes, como se pudesse assim, enxergar até a minha alma, penetrar nos meus piores medos e me fazer sentir cada um deles, um por um, lentamente... para que assim, eu usufruisse daquele esdrúxulo pavor e me sentisse totalmente vulnerável, a sua mercê...
E ao me ver totalmente incapaz de fazer qualquer coisa, de mover-me ou ainda, de simplesmente mover minhas pálpebras, provocando assim um piscar de olhos.Você... Alheio àquele turbilhão que passava naquele exato momento por mim... Se foi... Simplesmente me deixou ali... Só... Impressionantemente imóvel, inerte a tudo a minha volta.
Fiquei assim durante alguns instantes, até que senti meu coração bater tão violetamente dentro do peito, que achei que de repente ele fosse rasgar-se, deixando cair ensanguentado aquele pobre e pequeno órgão que se despedaçaria, antes mesmo de alcançar o chão...
Meus olhos enfim, afogaram-se em lágrimas, compridas, grossas, que de tão tristes, já perdiam o gosto outrora salobre que tinham e tornavam-se tão amargas quão fel.
Os segundos tornaram-se minutos, os minutos horas... Os dias não passavam... Ou até passavam, porém, aquele embrulho no estômago continuava a incomodar-me...

Quando deparei-me pensando que tudo o que estava acontecendo não podia piorar, peguei-me sentindo uma repulsa, um certo desdém por meus próprios sentimentos...
Como se eu não tivesse o direito de sentí-los, como se tudo aquilo fosse tão ridículo, tão estranho, tão idiota que eu não pudesse sentir. Me senti insolente, atrevida... Como pude sentir tais coisas?
Então, minha mente tornou-se turva, enevoada de incertezas, cheia de porquês...
Poderia eu, julgar alguém com tanto rigor? Exigir tanto de um reles mortal? Cobrar de alguém, atitudes que talvez eu teria?

2.(Dois): Raiva de mim... Do que eu fui capaz de sentir... Ou melhor, de como eu fui capaz de sentir... Tão fria e cruelmente, de um egoísmo tal que se resumiria somente em sentimentos ruins...
E todos aqueles sentimentos sufocavam-me , roubavam-me o ar, arrancando aquele brilho, aquela ternura que antes residiam em mim...
A vivacidade havia sido estirpada rudemente dos meus braços, cegando-me, deixando meus olhos foscos e talvez até mesmo com um certo aspecto mórbido.
Fazendo com que tudo aquilo que eu estava sentindo, refletisse-se em meu corpo físico, deixando transparecer o mais profundo do meu ser, ali...
Assim mesmo fui capaz de culpar você, reunindo os últimos vestígios de força que ainda me restavam, provocando um enorme esforço para tentar me recompor, eu olhava-te com desprezo pensando que o único e inconstestável culpado de tudo aquilo que eu estava sentindo era você, somente você...
Mas não! Que raiva de mim!!!
Bem já se dizia: "Decepção é a gente que faz"...
Eu sou a ré e devia acusar a mim mesma por qualquer coisa boa ou ruim que eu sentir, não sou instintiva como um animal, sou, ou ao menos deveria ser racional, ter o domínio dos próprios sentimentos e emoções...
Mas não!
Sempre deixo que os outros sejam capazes de interferir em minha vida... Mas a culpa não é dos outros... NÃO! A culpa realmente não é de ninguém além de minha...
Idealizo uma pessoa, ponho nela todas as minhas expectativas, em minha mente uma imagem criada se forma, o que eu quero ver e acreditar...
Concentro então todas as minhas expectativas em alguém , confio plenamente...
Porém, ninguém é perfeito e quase sempre, ou melhor sempre, acabo me decepcionando...
Afinal, sempre iremos nos decepcionar com tudo... É com TUDO... Coisas boas ou ruins que nos acontecerem serão capazes de nos desapontar, se ruins pelo simples fato de serem ruins, embora depois que tudo passa somos e se não somos devemos começar a ser, capazes de aprender algo com aquilo, tirar uma lição, como a moral da história...
E se boas,a gente pensa: "não foi bom o bastante" ou mesmo as expectativas superadas, ainda não nos contentamos e pensamos inconsciente ou mesmo conscientemente que "não fizeram mais que a obrigação", não sabemos dar o devido valor.

Enfim, nada é o bastante para mim... Não me sinto satisfeita... Tanto é que, não satisfeita com uma apenas, consegui sentir duas raivas.
E como tudo que é dois é mais complicado, com as tais raivas não foi diferente.
De um namoro que acabou, de uma amizade que findou, de uma sociedade desfeita, tudo deixa marcas, pedaços cravados em ambas as partes...
Certa vez, fui instigada a fazer uma experiência: Desenhar um menino e uma menina, um em cada folha, colorir os dois, recortá-los e colar um ao outro, então pensei: "Vou colar a mão dele na dela", mas fui confrontada a colá-los de frente um ao outro, quando acabei de colá-los, disseram-me: "Agora descola-os...", assim o fiz, porém ambos ficaram deformados, vestígios dela nele, pedaços dele nela, ficaram machucados, rasgados, com defeito... Isso pode até parecer bobo, porém assim aprendi uma grande lição...
Tudo que acontece em nossas vidas deixa marcas, não importa se os acontecimentos foram bons ou ruins e muito menos se as marcas serão ou não boas, o fato é que quando vivemos qualquer coisa que seja, adquirimos uma nova experiência e aquilo passa a ser parte da nossa história, ou seja, nunca mais poderemos apagar, talvez relevar, esquecer por algum tempo, mas jamais arrancar de dentro de nós... Deixará, assim como nos desenhos a que me referi, marcas por vezes profundas demais para fingir que não estão ali...
Com as minhas duas raivas, ou melhor, com as inúmeras raivas que senti durante todo meu tempo de vida, adquiri marcas, pedaços de mim foram decepados, vestígios delas ainda estão aqui, fizeram-me mudar a forma de pensar e agir...
E o mais dolorosamente possível, aprendi que tudo que é dois... Ao se despedir arranca uma parte de nós e deixa com certeza uma parte de si...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Escrever...

Escrever é algo que nos faz pôr pra fora o que há no mais profundo de nosso âmago...
Acalma todos os desalentos, consola corações entristecidos e nos permite desabafar...
Ler também tem esse poder, faz você viajar e viver um mundo novo...
Basta estar sensível as palavras e disposto a se entregar a esses prazeres maravilhosos que muitos não sabem aproveitar...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sonho

Parece que faz tanto tempo que não te vejo
Que provoca uma dor cortante
Dilacerando todo esse desejo

Desejo de estar perto
Desejo de te abraçar
De olhar nos seus olhos
E neles me afogar

E pedir que não me salvem
Deixem-me sonhar
Ou mesmo viver esse sonho
Que tenho tanto medo de acordar

E que sonho mais lindo
De olhos e mãos sedentos
Que me roubou da realidade
E modificou tudo aqui dentro

Nessa noite de silêncio e calor
Ouço uma canção
Que me fala de amor

Viro-me quietinha para o lado
Fecho os olhos e ponho-me a pensar
Logo estarei dormindo e sonhando
Podendo outra vez...
Em teus braços estar!!!

Disfarce

É impressionante o que eu sinto por você
É carinho, é paixão
Nem dá mesmo pra entender

Quando estou perto nunca é o suficiente
As vezes tento disfarçar
Mas o que há entre nós é evidente

Você é confidente, amigo, companheiro
É do tipo de pessoa
Que a gente ama
E se sente feliz por inteiro

Talvez um dia
Tenhamos que nos separar
Entretanto no coração ninguém pode mandar

Poderão separar nossos corpos
E fazer-nos provar da solidão
Porém nossas almas sempre estarão
Na mais completa comunhão

Por isso agora já posso afirmar
Dessa história de amor
A gente jamais esquecerá!