Rasga-te ó coração infame
Parta-te ao meio
Deixando esvair de ti tudo que aí houver
Fira-te até sangrar
Até aniquilar tudo
Tudo que aí houver
Mostre-se fendido
Desprotegido
Mas não venha a espargir o que aí houver
Descarte, inutilize
Mas não exale ou doe
Simplesmente desfaça-te de tudo
Liberte-se, desprenda-se
Esvazie-se totalmente
Mesmo que fique apenas um buraco enorme
Pois não há como preencher algo já cheio
Estando pela metade pode até ser possível
Mas não será algo inteiramente novo
Por isso coração
Ó coração melancólico
Decepa de ti tudo que aí houver
Pois somente assim, vazio
Ser-lhe-a possível
Ser novamente preenchido por tudo que aí havia
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Escrever é a forma mais maravilhosa de se expressar, até mesmo os piores sentimentos...